TIPO roteiro

O roteiro tipográfico levou os participantes numa viagem que percorreu alguns dos locais de referência da ilha de São Miguel: as tipografias A Crença, Esperança, Mi caelense, a Oficina Museu das Capelas e a Gráfica do Norte. Locais que reúnem um considerável espólio tipográfico, nalguns casos ainda com uso frequente, noutros constitui uma memória não muito distante. Façam o favor de entrar.

Tipografia Micaelense

R. do Castilho 33 B, Ponta Delgada
Segunda a Sexta 9h30-17h00
T: 296 284 262

Talvez a oficina com o maior espólio em funcionamento da ilha de São Miguel, a Micaelense está aberta desde 1957. Os proprietários actuais, Di nis Botelho e Eduardo Furtado estão na casa desde 1996. Dinis Botelho, o mestre tipógrafo, começou em 1974, aos 14 anos, como aprendiz e, desde então, já trabalhou em muitas oficinas tipográficas da ilha. Eduardo Furtado encarrega-se da pré-impressão e dos acabamentos. A Micaelense ainda trabalha regularmente em tipografia. Imprimem desde 2014 a Agenda da Tipografia e, desde 2016, o calendário da Tipografia Micaelense. Recebem, ainda, residências de artistas, entre outros trabalhos com tipografia tradicional. Com centenas de famílias tipográficas, esta oficina tem 17 cavaletes, uma Heidelberg de pinças A4, uma minerva semi-automática A3, uma minerva de bancada A5 e um prelo de provas.

Tipografia A Crença

Rua Gonçalo Velho Cabral, 38, Vila Franca do Campo
Segunda a Sexta  8h -12h / 13h – 17h
T: 296 582 196

A Tipografia A Crença foi fundada em 1930 em Vila Franca do Campo pelos padres João Melo de Bu lhões e Manuel Ernesto Ferreira, com o principal intuito de imprimir o semanário paroquial com o mesmo nome. Desde 1915 que o jornal era impresso em Ponta Delgada, na tipografia Aní bal.  Em 1986 José Vicente entra n’A Crença como aprendiz dos mestres António Rodrigues e Roberto Ferreira. José Vicente é o actual impressor d’A Crença e participou na transição da ti pografia para o offset, tendo chegado a operar uma Lynotype.

Tipografia Esperança

R. Estrada da Relvinha 13, Lagoa
Segunda a Sexta  9h – 18h
T: 296 912 290

Situada na cidade de Lagoa, a Esperança tem duas Heidelberg de pinças, no formato A3 e A4, uma minerva de braço que parece de brincar por ser tão pequena e cinco cavaletes com 25 gavetas cheias de caracteres tipográficos. Delmiro Luz é o mestre tipógrafo, tendo entrado como aprendiz à mais de 30 anos. Ape sar de actualmente só imprimir em offset, as máquinas tipográficas ainda são usadas para corte e vinco. Em 1966, Altino Moniz Resendes adquire a oficina ao seu primeiro dono, José Leandro. 

A funcionar à época perto do Porto dos Carneiros, em 1972 a oficina muda-se definitivamente para o lugar onde está agora. Até 2001, a Esperança imprimia apenas em tipografia de caracteres móveis. Foi também neste ano que morre Altino Resendes e entra João Pacheco, o seu genro e actual proprietário.

Oficina-Museu
das Capelas

Rua do Loural 56, Capelas
Segunda a Sexta 8h – 12h / 13h – 17h
T: 296 298 202

A Oficina Museu das Capelas nasceu em 1998 com a ideia de reunir artesãos de diversas áreas num espaço único de criação e venda. Actualmente, apesar de não ter concretizado o projecto de atelier colectivo, a Oficina Museu é um espaço que procura recriar oficinas, lojas, etc., dos anos 40. Tendo reunido material de muitas tipografias desativadas, tem um rico e diversificado espólio tipográfico, entre máquinas, tipos, gravuras, im pressões, etc.

Gráfica do Norte

R. East Providence 31 A, Ribeira Grande
Segunda a Sexta 08h30 – 17h30
T: 296 474 156

Em 1999 a Gráfica do Norte inicia actividade na rua do Rosário na matriz da cidade de Ribeira Grande. Começou por funcionar apenas com tipografia de caracteres móveis, equipada com três miner vas e operada por dois mestres tipógrafos, Edmundo Lopes e Luis Rates. 

O último tinha sido aprendiz na tipografia da Papelaria Neves. Edmundo Lo pes, o proprietário, foi aprendiz na tipografia da Instituição «Lar para Jovens» com o mestre Eugénio. Começou com apenas 9 anos a limpar linhas. A Gráfica do Norte esteve cinco anos no Rosário e em 2004 muda-se para a rua onde actualmente se encontra. 

Tem cinco cavaletes, que somam cerca de 86 famílias tipográficas. Em 2005, Edmundo adquire uma máquina digital RISO HC 5500 e desde então trabalham sobretudo com máquinas digitais, embora ainda façam pequenos trabalhos em tipografia de caracteres móveis.